Qual a relação entre mamoplastia e amamentação? Entenda aqui!

A relação entre cirurgia plástica e amamentação é complexa e requer atenção especial. Essa é uma dúvida de muitas mulheres que chegam ao consultório e desejam aumentar ou reduzir os seios: são as famosas mamoplastias de aumento e de redução.

 

No caso de cirurgia de aumento de mama, os implantes podem comprimir os tecidos mamários, interferindo no processo de produção e liberação do leite. Por outro lado, a cirurgia de redução de mama pode envolver a remoção de tecido mamário e ductos, reduzindo a capacidade de produção de leite.  Segundo a Febrasgo (Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia), as publicações dos últimos cinco anos mostram que as mulheres foram significativamente menos propensas a amamentar, e a taxa de aleitamento materno exclusivo foi menor quando comparadas às mulheres sem cirurgia. 

 

Já no caso da mamoplastia redutora, a última revisão sistemática realizada em 2017 concluiu que 72% das mulheres relataram a falta de apoio e incentivo como motivo predominante para não amamentar. Já 55% das mulheres apontaram leite insuficiente e 16% delas referiram relutância e falta de apoio para o insucesso na amamentação. A quantidade de tecido mamário removido e o ano da cirurgia parecem não ter tido impacto na taxa de amamentação bem-sucedida. Por outro lado, técnicas que mantêm intacta a coluna do parênquima sub-areolar da mama parecem proporcionar maior probabilidade de sucesso na amamentação.

 

De modo geral, a cirurgia plástica nas mamas pode afetar o suprimento de leite, pois a intervenção apresenta risco de danificar as glândulas mamárias ou os ductos que transportam o leite. Resumimos abaixo os principais impactos que podem ocorrer:

 

  • Danos às glândulas mamárias e ductos: procedimentos como a cirurgia de redução de mama podem envolver a remoção de tecido mamário e ductos, afetando a capacidade da mama de produzir e liberar leite. 

 

  • Implantes mamários: a cirurgia de aumento de mama com implantes pode comprimir os tecidos mamários e ductos, interferindo no processo de produção e liberação do leite, reduzindo o seu suprimento.

 

  • Sensibilidade mamária alterada: a cirurgia plástica nos seios pode causar modificações na sensibilidade mamária, o que corre risco de dificultar a amamentação devido à falta de sensibilidade para estimular a produção de leite ou pela possibilidade de causar desconforto durante a amamentação. 

 

  • Cicatrizes e inflamações: há cirurgias plásticas que podem deixar cicatrizes ou causar inflamações nos tecidos mamários, com chance de prejudicar a função das glândulas mamárias e a produção de leite.

 

Na maioria dos casos, não causa problema a colocação do silicone, nem impede a amamentação, porque não costuma mudar a estrutura da mama, apenas seu tamanho e formato. Muitas mulheres conseguem amamentar normalmente após reduzir ou aumentar os seios. 

 

É essencial discutir abertamente com o cirurgião plástico e obstetra antes de realizar qualquer procedimento para avaliar os riscos e benefícios e tomar decisões informadas. Cada caso é único; portanto, é importante que a paciente avalie todas as opções disponíveis, a fim de garantir a melhor saúde e bem-estar tanto da mãe quanto do bebê.



Fonte: Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia


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